10/18/2008

Mulher brasileira em primeiro lugar: o exemplo e as lições de vida de 130 brasileiras consagradas no exterior


Mulher brasileira em primeiro lugar: o exemplo e as lições de vida de 130 brasileiras consagradas no exterior
Por Ludenbergue Góes
Publicado por Ediouro Publicações, 2007
ISBN 8500019980, 9788500019982
519 páginas


O livro dedica um capítulo : "Constantina , da rejeição ao sucesso"à soprano brasileira Constantina Araújo.

10/08/2008

CONSTANTINA ARAUJO EM PORTO ALEGRE.

A estréia de Constantina Araújo, no palco de um teatro, ocorreu em Porto Alegre, em 1947, antes de sua apresentação no Theatro Municipal de São Paulo, nesse mesmo ano, na ópera Il Trovatore. Na capital gaúcha, ela cantou três óperas de Verdi: Aida, Il Trovatore e Otelo.

TEATRO SÃO PEDRO
TEMPORADA LÍRICA OFICIAL DO ESTADO
SEXTA FEIRA, 18 DE JULHO DE 1947
OTHELO, de Giuseppe Verdi
Othelo - Giulio Lucchiari
Yago - Paolo Ansaldi
Desdemona - Constantina Araújo
Maestro Diretor - Carlos Estrada
Folha da Tarde
“Como Desdemona, a soprano Constantina Araujo. Foi uma estréia auspiciosa. Tem boa presença cênica e uma voz de excelente qualidade: grato timbre, lindos pianíssimos (como na Ave Maria), centro bem trabalhado e graves sonoros. É uma artista lírica de futuro e o sucesso que obteve recentemente em São Paulo, na temporada de verão, se justifica plenamente.”
Paulo Antônio
Correio do Povo
“Uma revelação tocante foi a arte brasileira de Constantina Araújo, que nos veio de São Paulo, como Paulo Ansaldi. No perene triângulo dramático figurou essa soprano Desdemona de maneira expressiva. Personalidade moça, e de visão agradável, a nobre soprano dramatizou com capricho e cantou de modo a valorizar com gosto toda a linhagem vocal da soprano. É uma cantora que se impõe pela maneira com que se há no plano teatral e musical. No último ato, a intérprete recebeu a consagração pública como o barítono e o tenor no decurso da ópera.”
Jornal do Dia 22/7/1947
A outra figura que merece um destaque muito especial é a soprano brasileira, senhorinha Constantina Araujo, vinda de São Paulo para cantar a Desdemona. Ótima figura, artista apreciabilíssima e vocalmente uma surpresa agradável como poucas, a senhorinha Araújo encantou o público de sexta-feira. Voz de timbre dramático acentuado, e de excelente escola, acreditamos que raras vezes terá a nossa platéia ensejo de encontrar melhor Desdemona. A Ave Maria e a Preghiera do último ato, cantadas a meia voz, estiveram soberbas.

TEATRO SÃO PEDRO
29 DE JULHO DE 1947
IL TROVATORE
Ópera em 4 atos de Giuseppe Verdi
Manrico - Giulio Lucchiari
Leonora - Constantina Araujo
Conde de Luna - .Paolo Ansaldi
Açuzena - Bruna Carla
Inês - Iracema Diehl
Ferrando - José Perrota
Maestro Diretor - Roberto Eggers

A senhorinha Constantina Araujo confirmou tudo o que já tivemos oportunidade de dizer a seu respeito. Acreditamos já agora que não haja nos meios líricos brasileiros, neste momento, quem a suplante em conjunto, na sua arte de soprano dramática. Voz fácil e de escola apuradíssima, inteligência , figura excelente, nada falta para que a senhorinha Araujo venha a se projetar definitivamente. Em seu papel de anteontem – magnífica. Destacaremos como excepcional mesmo – a ária – Tacea la note placida.
A soprano Constantina Araujo foi a Leonor suave e romântica. Como Aida, recentemente levada em récita extraordinária, deixou a melhor impressão ao público.(...) No Trovador, cuja parte para soprano está eivada de dificuldades, Constantina Araujo se desincumbiu com muito acerto. Sua voz é plástica , ,doce de timbre e bastante extensa . Sua escola de canto também é esclarecida e muito desembaraçadamente a soprano emite as notas picadas no registro agudo e atinge as notas graves sem esforço e com igualdade de timbre. Seus pianíssimos que já tive ocasião uma vez de ressaltar são delicados, de fino tecido sonoro. E ainda sua movimentação cênica é elegante e ágil e discreta.. No ato final, por exemplo, foi um “charme” e sua queda teve um travo amargo de realidade envolto numa deliciosa aragem de fantasia.”
Paulo Antônio/FOLHA DA TARDE
Sucesso completo e prenúncio de uma brilhante carreira.


ATUAÇÕES EM 1948

THEATRO MUNICIPAL DE SÃO PAULO
TEMPORADA NACIONAL LÍRICA DE 1948

CAVALLERIA RUSTICANA, ópera em 1 ato de MASCAGNI
S. PAULO, 19 de agosto de 1948

SANTUZZA Constantina Araújo
TURIDDU Giulio Lucchiari
LOLA Noemy Lamier
ALFIO Guilherme Damiano
LUCIA Tina Magnoni
REGENTE Armando Belardi

“Constantina Araújo, em “Santuzza” soube emprestar todo colorido daquele difícil papel, sobressaindo-se nas fases dramáticas em atitudes e gestos bem estudados e com uma dicção clara e distinta.”
DIÁRIO POPULAR


GINÁSIO DO PACAEMBÚ

16/10/1948

CAVALLERIA RUSTICANA

Beniamino Gigli, Anna Faraone, Constantina Araújo e Paolo Ansaldi
Orquestra Sinfônica Municipal – Reg. Eduardo De Guarnieri


THEATRO MUNICIPAL DE SÃO PAULO
TEMPORADA LÍRICA OFICIAL
29 de outubro de 1949
CAVALLERIA RUSTICANA

SANTUZZA CONSTANTINA ARAUJO
TURIDDU ASSIS PACHECO
ALFIO GUILHERME DAMIANO
LOLA NOEMI LAMIER
LUCIA ASSUNTA MAGNOLI

“No difícil papel de “Santuzza”, saiu-se maravilhosamente bem a nossa conhecida Constantina Araújo. Dona de impecável timbre de voz, Constantina que se acha em plena juventude, está fadada a ser um soprano dramático de renome internacional.”

6/03/2008

CONSTANTINA ARAÚJO E A ROYAL OPERA HOUSE

O que Constantina Araújo fez na Royal Opera House, em 1952, foi um feito inesquecível. Passados quase 50 anos, ainda recebi e-mail de um londrino que lá esteve presente, narrando a brilhante apresentação.
Ela fora convidada à última hora para substituir a soprano que faria Amélia naquele dia, aceitou , tomou um avião e se mandou para Londres. Do aeroporto foi diretamente para o teatro, pediu um "steak", e foi para o palco no segundo ato, ela cantando em italiano e os demais em inglês!
Resultado: um sucesso absoluto.
Este cartão lhe foi enviado pela equipe da Royal Opera House, após o espetáculo.

5/28/2008

CONSTANTINA ARAUJO E NICOLAI GEDDA, EM "OBERON"





As duas fotos são da famosa montagem de Paris, no ano de 1954.
Constantina tinha ao seu lado o jovem tenor Nicolai Gedda .

1/25/2008

MARIO DEL MONACO & CONSTANTINA ARAUJO EM ERNANI, DE VERDI



No dueto final, ela exibe toda a intensidade dramática de que era capaz.
p. 14

IL TROVATORE (1947)

A senhorinha Constantina Araujo confirmou tudo o que já tivemos oportunidade de dizer a seu respeito. Acreditamos já agora que não haja nps meios líricos brasileiros, neste momento, quem a suplante em conjunto, na sua arte de soprano dramática. Voz fácil e de escola apuradíssima, inteligência , figura excelente, nada falta para que a senhorinha Araujo venha a se projetar definitivamente. Em seu papel de ante-ontem – magnífica. Destacaremos como excepcional mesmo – a ária – “Tacea la note placida”.

A soprano Constantina Araújo foi a Leonor suave e romântica. Como Ainda, recentemente levada em récita extraordinária, deixou a melhor impressão ao público.(...) No “Trovador”, cuja parte para soprano está eivada de dificuldades, Constantina Araújo se desincumbiu com muito acerto. Sua voz é plástica , doce de timbre e bastante extensa . Sua escola de canto também é esclarecida e muito desembaraçadamente a soprano emite as notas picadas no registro agudo e atinge as notas graves sem esforço e com igualdade de timbre. Seus pianíssimos que já tive ocasião uma vez de ressaltar são delicados, de fino tecido sonoro. E ainda sua movimentação cênica é elegante e ágil e discreta.. No ato final, por exemplo, foi um “charme” e sua queda teve um travo amargo de realidade envolto numa deliciosa aragem de fantasia.”
Paulo Antônio
FOLHA DA TARDE
IL TROVATORE, Theatro Municipal de São Paulo, 1948

A figura dominadora do espetáculo foi o soprano Constantina Araujo. Apesar de persistirem algumas das insuficiências que nos permitimos apontar, quando da atuação dessa cantora nessa mesma ópera, na temporada lírica oficial do ano passado, a sua voz , enriquecida de novos matizes e liberta da natural inibição duma estreante, já se acomoda quase idealmente ao importante papel de “Leonora”. Gostaríamos, entretanto, de vê-la menos preocupada com o regente e o público, de modo a imprimir maior naturalidade ao comportamento cênico, ainda por vezes algo escolar. “Tacea la notte placida” deu-lhe oportunidade de ser vivamente vitoriada. Houve-se muito bem no 4º ato, embora um matizamento mais delicado vez por outra desejássemos nas terríveis passagens que representam D’amor sull’alli rosse” e “Mira, d’acerbe lacrime”. Inegavelmente, essa artista patrícia está em ascensão vertical.”
RICARDI – FOLHA DA MANHÃ

“Quanto à Leonora da srª Constantina Araújo, é-nos grato saudar no jovem soprano o mais dúctil talento que se tem apresentado ultimamente na cena lírica nacional , e o qual se funde de modo harmonioso com as mais belas qualidades de voz: extensa, volumosa, maleável, apaixonada. No espaço de um mês apenas, a srª Constantina Araújo encarnou Ilara, Aida, Santuzza e Leonora, dando mostras não só de uma grande versatilidade de talento dramático, como também de infatigável labor artístico , o que compensa deveras a falta de maturidade de sua arte.”
L – Diário de S. Paulo

IL TROVATORE – THEATRO MUNICIPAL DE SÃO PAULO, 1949

Com Mario Del Mônaco, Fedora Barbieri e Paulo Ansaldi, sob a regência de Túlio Serafin

Limitemo-nos , no entanto, em face da exigüidade de espaço a assinalar que a sua voz é uma das mais belas e mais puras vozes de cantoras brasileiras, que me já foi possível ouvir. E isto, não é pouco, é muito.”
Antonio Rangel Bandeira – Diário de São Paulo

1/19/2008

TENORES QUE ATUARAM COM CONSTANTINA ARAUJO NO EXTERIOR

MARIO FILIPPESCHI - (Pisa 7/6/1907 - Firenze 25/12/1979)
MARIO DEL MONACO - (Florence July 27, 1915 - October 16, 1982 )
JUSSI BJORLING - (1911-1960)
GIANNI POGGI - (Piacenza, 4 ott. 1921 - ivi, 16 dic. 1989)
ROBERTO TURRINI - (1914-2002)
GINO PENNO - (1920-1998)
RAUL JOBIN
GIUSEPPE VERTECCHI
GEORGIO BARDI
KEN NEATE